Uma moça da roça de perna Bem grossa e feitiço no olhar Na flor da idade veio pra cidade para estudar Mora com a madrinha que é minha vizinha de apartamento Tô apaixonado por este pecado que é um monumento Ela fala errado pronomes trocados E sem concordância É nóis fica é nóis vai é nóis Foi é nóis sai mas não tem importância Ela disse pra mim respondi Meu benzim esta minha prigunta Se nessa esfregança eu pegar A pança nóis dois se ajunta Essa moça caipira uma hora Me pira quando abre a boca Fala zóio e zuvido pra mim tem sentido É um dizer de cabocla Essa convivência já deu influência No meu português Vejam só como pode Eu já falo promode caipirei de vez Eu gosto da linguagem Toda caipiragem desta caboclinha Mesmo falando errado Não tô preocupado ela é minha rainha Sobre a prigunta dela apertou a fivela Mas vou responder Se vier um filhinho já tenho Um cantinho prá juntos viver