Justiça justiça Justiça cega e torta Põe criminosos no poder Deixa as crianças mortas Justiça justiça Justiça cega e torta Põe criminosos no poder Deixa as crianças mortas Ninguém está mais preocupado com ninguém Todos só olham com o mal Sem olhar pra quem Vivem escondidos embaixo dos viadutos Sofrendo e morrendo Em escalas de grande proporções Porque hoje é tão difícil atingir os corações Pois há pessoas que só veem O seu próprio lado E acabam cruzando os braços Enquanto o mundo é acabado Entregue as mãos dos homens e as do demônio Que trabalha diariamente aumentando o patrimônio do mal Não é normal crianças nas ruas drogadas Vagando na maré da vida duas da madrugada Procurando um lar, um abrigo seguro Que as protega dos homens Que habitam o escuro São exterminadores, exterminando o futuro Que as crianças são Acham que ajudam caçando Como se fossem animais Pessoas que vivem na rua a procura de paz Mas encontram somente a morte É assim a dança do azar e da sorte Levando pessoas de um lugar para o outro É sofrimento sem paradas Ninguém acha pouco Justiça justiça Justiça cega e torta Põe criminosos no poder Deixa as crianças mortas Justiça justiça Justiça cega e torta Põe criminosos no poder Deixa as crianças mortas O garoto cheira cola na escola Onde ainda irá roubar Não soube o que era educação Nunca ninguém quis mostrar Como viver honestamente sem ser explorado É que a liberdade da rua o deixa equivocado E ele acredita que nunca será tão livre e forte Mas isso certamente é abusar da sorte Pois o garoto que vive, vive a espreita da morte Sedenta de sangue como um animal E arrebata com seus traços por bem ou por mal Quem se engana pensando ser dono da liberdade O vermelho é a cor forte do retrato da cidade Pintado com sangue de menores abandonados Que não tiveram a chance Nunca foram ajudados Por falsos heróis que não agem Mas são esses caras, são eles que fazem Uma justiça mais cega Louvando a impunidade Que hoje é quem governa a sociedade A verdade é que todos estamos separados Quando o cerco aperta vai cada um pro seu lado Assim nunca teremos futuro melhor Promessas não adiantam Sabemos de cor Justiça justiça Justiça cega e torta Põe criminosos no poder Deixa as crianças mortas Justiça justiça Justiça cega e torta Põe criminosos no poder Deixa as crianças mortas Cantada por Frank de Zeuxis Álbum: Peso Pesado, 1992