Se nunca ninguém vir Os textos que escrevi Receio resguardar Pra quando mais madura Se o tempo me deixar Poder jogar ao mar Quem sabe chega em ti? Pessoa trivial Cansada de reclamar da rotina E coisa e tal Tu ficarás surpreso Por pensar que existiu Alguém que usou das mãos Pra registrar o que sentiu Pintou num papel fosco Aventuras em nanquim Que agora chega em ti Ser de visu retrô Só pra manter um fio Ligado ao seu interior Que já no teu futuro Vai ter ordem demais, sim E bips ansiosos Muito te farão mentir Saberão o tempo todo Por onde pensou seguir E te apetecerá teu drone A trazer teu sushi Melhor do que sair Se nunca alguém cantar As trovas que compus Receio resguardar Pra quando mais madura Poder cantarolar Em roda, pra alegrar Quem sabe chega em ti? Que seus contemporâneos Não comentam sensação São tão! E tantos seus amigos Em contexto virtual Sei não Cê achará estranho Ler palavra solidão Se nunca ninguém vir Os textos que escrevi Receio resguardar Pra quando mais madura Se o tempo me deixar Poder jogar ao mar Quem sabe chega em ti?