Adormecido ao relento Exposto a chuva, exposto ao vento Indefeso contra o frio, contra as mudanças do tempo Indiferente ao perigo O céu aberto é seu abrigo O chão duro é seu colchão Cobertor de papelão Penso se guardas na mente Uma lembrança, uma saudade Ou uma mágoa que te fez Perder o orgulho e a vaidade Ou foi falta de carinho De um apoio, de um abraço Ou talvez de um objetivo Pra direcionar teus passos Todos passam e nem te olham Ou te olham, sem te ver Seu olhar busca o vazio Fingindo nem perceber E caminhas sem destino Perambulando a esmo Vestido em seus velhos trapos Pra se esconder de si mesmo Mas por trás de tudo isso Sei que tens um coração Onde guardas um segredo Uma história, uma paixão Que o levou a se isolar Dos parentes, dos amigos Preferindo se esconder Nas vestes sujas de mendigo!