Quase num fundo de campo onde arrincona recuerdos A cicatriz de um caminho Mostra uma antiga tapera Onde a avó das laranjeiras Tramuta tapete de renda urdidura das folhas Fiando a prata lunar Seus poemas caducando, Lembrando frutos, flores Floresce antigos amores Que regalou a patrona Talvez por isso a coitada Desnorteada pela idade Frutifique na saudade Laranjas temporonas Chegando a tiro de laço Todos nós somos assim Guri não tem imunidade Por isso contrai saudade Quando a vida se entona E na lembrança desgarra Quando um toque de guitarra Ou floreios de cordeona