Depois de tanto trabalho os louros do fracasso recebi de braços castros Trucidando a vaidade Afogando a poesia Incitando a agonia. Dedicando o tempo atento para a cidade de pontes magras me cuspindo lá de cima Vou planando por seus ares Descobrindo o sal nos olhos O sufoco de tuas praias Por isso eu parei de compor Por isso um silêncio, um pavor. Por isso é que eu vivo sem Dor Do meu lado o elogio Pisco os olhos, o deboche. Um choro contido em riso e me arrepio Não reclamo o meu espaço Dentro de mim cabem os passos De uma humanidade inteira Esta obra, ó cidade, não depende de tua classe. Minha sarjeta tem beleza Um bocado dos teus rios não suportam o passo frio do teu povo mal-educado Por isso eu parei de compor Por isso um silêncio, um pavor. Por isso é que eu vivo sem Dor