Ternas amigas no alto mar, doces cantigas pra se embalar Tão bela vida querer trocar pela avenida na preamar A paisagem serpenteia A noite clareia como em seu louvor Tenho pena da sereia Que morre n’areia prá ver seu amor Vieram peixinhos em multidão, mas seus carinhos foram em vão Ela sonhava quase a chorar tão longe estava do fim do mar Um belo dia, céu de verão, fez o que dizia seu coração Não teve medo de não voltar, acordou cedo, pôs-se a nadar Anoitecia ao sol se pôr, ainda era dia no seu fervor Lua e estrelas, água do mar, ia perdê-las, ia chegar Na noite quente, praia sem fim, mesmo contente, um travo ruim Tão linda e nua num longo olhar, luzes da rua a desmaiar