Vento, sopra o relógio do tempo E faz o meu pensamento reconhecer a manhã Dentro de uma neblina encantada A minha infância sonhada de uma vontade tão sã Uma criança no colo da mãe O aconchego de amor e canção Cheiro de pão e de bolo no ar E na janela uma voz a chamar assim Filho, vem que o café tá na mesa Chama também teus amigos E depois volta a brincar Riso no seu olhar lacrimado E no meu peito apertado Guardo essa voz a soar Noite, o mais sagrado momento Filhos em volta, atentos para orar e aprender Contos de uma sagrada escritura Lida com tanta ternura Quem poderá esquecer? Sopra esse vento a folhagem no ar E faz o mundo girar e girar Só o retrato na sala de estar Mostra essa mãe a sorrir e a olhar para o Filho que conheceu esse mundo E o amor mais profundo que é o mistério de Deus Tudo passa na vida tão breve Menos o amor que se teve e que não vai se perder Se perder Se perder Se perder