Lá fora uma criança chora a dor da privação O seu desejo foi negado com um incisivo não, não pode! É o encargo de pai desafia a dureza do coração Pois pra ele a vida não seria assim Só teria o mesmo brilho do olhar do filho Quando sai na chuva com os pés no chão Enfrentando bravamente o medo de trovão, que o aflige E a esquecer de voltar para o lar Serpenteia luz no horizonte Estilhaça o ar em graves golpes Estremece o chão e a certeza Como é poderosa a natureza! Suas forças tão E o menino grão Sem saber que a vida escapa às mãos Todo salto é ensaio de um voo Que o chão atrai, acolhe o corpo Liberdade busca o infinito Mas a alma pede por abrigo