Me lembro e tenho saudade De quando eu fui candeeiro Lá na fazenda Trindade O meu pai era o carreiro Eu digo mesmo a verdade Tenho orgulho em ser roceiro Lá quando o galo cantava Os oito bois arriava Trabalhava o dia inteiro Pra cidade eu carreava Produtos de fazendeiro O carro velho cantava Subindo os morros faceiro Os bois de guia chamava O Brinquinho e o Trigueiro Meu pai com os bois conversava De ferrão não precisava Era macio e ligeiro (Meu Deus, o mundo virou Quanta saudade de meu pai E o seu carro de boi No sertão que no tempo ficou) Meu Deus, o mundo virou Diz que mudou pra melhor O progresso que chegou Em meu peito deu um nó Quem na roça se criou O mundo ficou pior Eu passo as noites sonhando Com o carro de boi cantando Não tem saudade maior