Eu vi o míssil aparecer das nuvens sobre jovens sírios Eu vi a sombra da procura, escura, onde estava o brilho? Eu vi a Lua se deitar mais cedo de medo e vergonha E vi a noite em seu torpor, de dor, de cobertor e fronha Eu vi no chão da praça da ilusão uns seres tão vazios Eu vi camisas verdes amarelas, cadelas em cios Eu vi a sorte condenada à morte no sorteio da mega E vi maldade na felicidade ao dizer: Não me pega! Eu vi o resfriado mal curado que virou virose Eu vi o bebum na esquina, gente fina, em mais uma dose Eu vi a derrocada consagrada do meu grande time E ouvi ao longe o fado do pecado que já me redime Eu vi o que não vi, ouvi, talvez só tenha mesmo visto E o camarada de cara amarrada e no olho um cisco Eu vi a vida se afogar no mar, nem era tempestade E vi o breu e era você e eu a andar pela cidade