Nas águas de Uída, o limiar da profecia Enquanto a lágrima beijava o mar Um rosto negro refletia Courana menina, quem é a luz da tua sina? No seu olhar um candeeiro A Rosa do meu Rio de Janeiro Caminhou refém da ganância Forjada na dor da intolerância De muitos devotos, de pouca virtude Que negam o valor da negritude Sangue de criolo no rabo de arraia Liberdade é ouro em noite de luar Incorporada no giro da saia Alma alforriada no acotundá Ora pelos anjos, protegida Ora por demônios, vigiada Filha alentada no Divino No Rosário de Santana, abençoada A fé emana do Sagrado Coração Que é a morada de Deus Na fé ergueu a tão sonhada redenção Em cada palavra, a voz retinta não se cala No Império da esperança já raiou Um novo dia ao som do tambor Ê, Batucaê Entrego a coroa da Viradouro À Santa Negra no altar Meu samba vai consagrar Rosa Maria do povo