Um dezenove de junho anunciou meu nascimento Houve sol quente houve vento, saudando minha existência Mais um filho da querência que nasceu chorando forte O vento me trouxe a sorte e o sol a inteligência Para mim meu nascimento foi cousa pura e bem linda Para confirmar ainda meu nascimento sadio Sendo mês de tempo frio fez verão frio e choveu Tudo isso aconteceu num gesto de desafio E assim temperou meu peito que não estranhasse nada Vida leviana e pesada, do conforto ao relento Do bom para o sofrimento noto pouca diferença E tive por recompensa vergonha fibra e talento (Que todos vão compreender, como é que fiquei sabendo O que estava acontecendo naquele abençoado dia Abençoado foi meu guia, por dar-me o consentimento De sonhar com meu nascimento e compor esta melodia) Por isso sou índio guapo não tenho medo da morte Me sinto um gaúcho forte para enfrentar a vida Pra certas línguas compridas sou que nem cão preparado Que sempre agarra o veado, antes que forme a corrida E assim abracei a vida de poeta matutino Sou guapo desde menino contrário nenhum me vence No pavilhão rio-grandense litoral fronteira e serra Ninguém aqui nesta terra me toma o que me pertence (Não toma mesmo)