Sentado na sombra olhando a carreta Peguei a caneta e estes versos escrevi Lembrei do ranchinho meus pais e meus irmãos Meu velho rincão aonde nasci Meus doces momentos que eu trago na lembrança Os tempos de criança lá em piratini Do primeiro dia que eu fui pra o colégio Bichinho do brejo apelido surgiu Camisinha branca calção de elástico Num saquinho plástico os cadernos vazio Pertinho da escola à beira do mato Fui calçar o sapato e não me serviu Pegava o bodoque e minha sacolinha Cheia de pedrinha eu ia caçar Com cachorro preto sempre ao meu lado Naqueles banhados correndo preá Com os filhos me vinha na sanga eu pescava Comia goiaba e melava arapua Dia de semana eu tinha compromisso De fazer o serviço que o meu pai mandava Cuidava os cachorros pastoreava as vacas E lá da estaca o terneiro eu mudava Debulhava milho pra os porco e galinha E da cacimbinha a água eu buscava Os anos passaram e ficou a saudade Da infância a mocidade que no tempo se perdeu E quem nesta hora está à minha escuta Com certeza absoluta recorda como eu O que agente depois que envelhece Morre velho e não esquece o lugar onde nasceu