Você, por acaso, esqueceu a buzina do vapor barato? Apagou a fita daquela canção A Casa do Sol Nascente? Enfiou a tesoura na transação? Passou a gilete na ligação? Meteu a borracha no traço de união Ocidente-Oriente? Passado-futuro-presente Fundido e confundido na minha mente A todo o vapor Barato era tudo muito mais As Curvas da Estrada de Santos O motor fervia O carro rugia, meu amor O coração batia tão feroz Mas o mundo corria muito mais veloz que nós Mais veloz que nós O revólver do meu sonho atirava Atirava no que via Mas não matava o desejo Do que ainda não existia Interfone, blitz, joaninha, computador O futuro comum de hoje em dia Que eu, cigana, já pressentia Mas você não percebia No espelho retrovisor O revólver dos Beatles disparava nas paradas Me assustava, me encantava e movia E eu ia, e eu ia, e eu ia E recocheteava Arembepe, Woodstock, píer, verão da Bahia Arembepe, Woodstock, píer, verão da Bahia O revólver do meu sonho atirava Atirava no que via Mas não matava o desejo Do que ainda não existia