O meu gesto político, figa! Este é meu gesto, meu gesto de amor Ele não faz parte de uma doutrina Ele não pertence a nenhum senhor É como o gesto de um fidalgo branco Que acolhe em seu leito uma negra escrava E nela crava o seu cravo de afeto E então se trava a batalha de amor Sem nenhum outro motivo que o sonho De ao próprio sonho fazer vencedor Sem nenhum outro querer que não seja Ver a beleza distinta da cor O meu gesto é o fogo sagrado Que não destrói mas é abrasador Que faz a dor transmutar-se em alegria Pelo seu mais agradável calor O meu gesto político, figa! Nenhuma mágoa, desprezo ou temor