Na vida que segue sem rumo Pés descalços sobre a lama A cidade está distante De alguém que não reclama Tem erva-doce na estrada E hortelã no quintal Tem o sorriso mais puro Tem a isenção do mal Cogumelos no banhado Um riacho a correr E o cantar dos passarinhos O acorda pra viver Mas vem em noites de lua Na solidão do sertão Um pensamento que zomba De sua triste canção E ele fica a sonhar Com coisas lá da cidade Então se põe a pensar Em buscar felicidade E pela estrada batida Ele busca outra paragem Pretende mudar de vida Tem início a reciclagem Mas tudo é diferente Dos sonhos de sua terra Ali tudo é escuro E o clima é de guerra Já não se vê cogumelos Nem erva-doce e hortelã Só se vê fumaça negra Escurecendo a manhã