Uma tarde de frio em são paulo, em um farol qualquer da cidade Aproximou-se do meu carro uma menininha, mais ou menos doze anos de idade Ela trazia um bebe em seu colo, tão pequeno e mal agasalhado Eu notei que ele estava descalço, e apenas num velho cobertor enrolado Ela olhou nos meus olhos e disse, seu moço pode me ajudar Meus irmãozinhos estão em casa com fome, e minha mãe não pode mais trabalhar Meu pai e um pobre coitado que só anda jogado na porta de um bar Depois que perdeu o emprego não teve sossego, da dó de olhar Minha mãe trabalhou de empregada domestica, hoje recebe uma pequena pensão Ela pegou uma doença nos seios teve até que fazer operação Nunca mais pode trabalhar e o que ganha mal da para o pão Sou a mais velha da minha casa, fora esse tenho três irmãos Naquele momento eu notei, a cegueira da sociedade Que fecham os vidros e os olhos pra esse inocentes, que perambulam por essas cidades Nos imails falando da fome no mundo, que repassamos e vemos como ficção simplesmente pagamos nossos impostos e como pilatos lavamos a mão Hoje vejo gente tratando animais como crianças, e crianças como animais Eu choro quando lembro daqueles olhinhos, e aqueles dois anjinhos, não esqueço jamais