A indulgência supera o fracasso Mas os dois tristemente invocam O orgulho em sua armadura de aço São duas pedras que se chocam E mesmo dentro de um simples abraço Parece que as almas se tocam Como se o universo formasse um laço Abarcando os caminhos que brotam Lua, esse vidro pintado no céu Em minha retina perpetua teu riso, indecifrável véu Tarde de junho, tudo no tempo estava parado A temperatura remetia ao rancor Enquanto o céu permanecia nublado No paraíso, eu era um consumidor Não havia serpente, ou pecado Apenas o estático e I'móvel motor No exato momento de ser perdoado Avistei, com surpresa, a esguia flor Lua, esse vidro pintado no céu Em minha retina perpetua teu riso, indecifrável véu A noite desceu pelas encostas da alma Trazendo um cheiro de dor orvalhada No delicado da hora, ela deixou a calçada Entumecida de suscetíveis traumas Na memória, a doce visão de tua fauna Escorreu pelo queixo feito uva melada Senti na pele tua flor perfumada Escrevendo em meu corpo com dedos e palma Lua, esse vidro pintado no céu Em minha retina perpetua teu riso, indecifrável véu