Alguns fantasmas desfilam pelos cômodos da memória Habitam a casa, o pensamento, como autores da história E, sem receio, proclamam legitimidade e glória O riso falso que estampa enquanto a tua alma chora Hoje a tarde desceu encardida Mas não era só o frio e as nuvens ao léu Era uma angústia na alma, derretida Como se o futuro descortinasse o véu De mais uma fracassada investida A natureza e o tempo, se uniu o gosto do fel Regurgitando durante toda a vida A falta de certezas e o amor me fazendo réu Essa imponente senhora linear e temporal Traz chagas de outrora em cicatriz factual Nem tudo sua luz deflora, os homens expõe no varal Distorções de Pandora e o meigo varão seminal E agora tudo urge pelo novo Mas não há desespero por novidade Com antigas canções ainda me comovo E mesmo elas não comportam a realidade A paciência, que sempre foi um estorvo Agora me envolveu, trazendo serenidade A pressa e o desespero, que eu tanto louvo Não passam de mera e boba vaidade