Vou vender minha fazenda que o vaqueiro faleceu Da morte dele pra cá, todo gado enstristeceu E até mesmo a bezerrama, de desgosto, já morreu E até mesmo a bezerrama, de desgosto, já morreu É grande a lamentação do gado e do fazendeiro E quando vou ao campo, choro sem ter paradeiro Volto pra casa lembrando do aboio do vaqueiro Volto pra casa lembrando do aboio do vaqueiro, aê Quando ele tava morrendo, pediu pra não haver choro Se despediu da fazenda, do cavalo Pé de Ouro Se abraçou com Carmelita beijando o gibão de couro Se abraçou com Carmelita beijando o gibão de couro, aê Antes de fechar os olhos, se despediu do patrão Pedindo por caridade: Dê-me um aperto de mão Deixo a vida de vaqueiro com amor no coração Deixo a vida de vaqueiro com amor no coração Mortalharam o vaqueiro com o terno de azulão Levaram pra o cemitério de guarda-peito e gibão Todo gado acompanhou berrando atrás do caixão Todo gado acompanhou berrando atrás do caixão, ahê Quando fizeram o enterro, foi o maior desespero Pedindo por caridade, a filha do fazendeiro Dizia: Papai, me deixa na cova com o vaqueiro Dizia: Papai, me deixa na cova com o vaqueiro, ahê Carmelita, quando é às duas da madrugada Ela diz: Papai, acorda, eu ouvi uma toada É o vaqueiro aboiando, chamando a vaca lavrada É o vaqueiro aboiando, chamando a vaca lavrada, ahê Se levanta, o fazendeiro, muito triste soluçando Dizendo: É meu vaqueiro. Por ali, saiu chorando Na porteira do curral, encontrou o gado berrando Na porteira do curral, encontrou o gado berrando, aê Carmelita, no seu quarto, tem um quadro desenhado Com o retrato do vaqueiro no seu cavalo arriado Todo vestido de couro, de barba e cachos passados Todo vestido de couro, de barba e cachos passados, ahê