Quando eu cheguei nessa terra, era tudo tão novo, havia tanta alegria, simpatia no povo. Não se passava um dia sem agito bacana, era só farra e gandaia cada fim-de-semana. Quando eu cheguei nessa terra, fiz afetos e laços, em cada rosto, um sorriso, em cada festa, um abraço. E o meu passado diria: apague da lembrança. Vivendo assim, de euforia, aumentava a distância. E assim fui metendo a cara em tudo que era parada, o chefe da brincadeira, dono da madrugada. Sem nenhum medo de nada, eu tinha tanto amigo, nunca olhava pra baixo, a vida era meu umbigo. Mas o dinheiro da gente é mesmo um saco sem fundo: de um herdeiro a bastardo, eu me vi moribundo. Quando a miséria me veio, percebi num instante: prazer – a grande armadilha dessa terra distante.