SEMPRE UMA MÙSICA Há sempre uma música no meu silêncio Meu pensamento não pode abarcar Num passo torto de pardal cinzento Eu fecho os olhos pra te ouvir falar Teu corpo solto numa nuvem branca Jogando milho no fundo do mar Lá onde os pombos não podem pegar Há sempre uma música no meu silêncio Como uma máquina de costurar Trazendo sonhos onde estou disperso Fazendo furos nos botões de rosas Como uma agulha da ponta afiada Abrindo brechas para respirar Me interrogando sem me ouvir falar