Vou contar uma passagem Que pode ser lição de vida De um homem aventureiro Que abandonou sua família Arrumou outra mulher Muito mais jovem e mais bonita Deixando seus cinco filhos Com sua esposa legitima Cinco filhos ainda pequenos A mãe sozinha para criar Cinco bocas inocentes Ela somente para sustentar Mas com muita fé em Deus Com muito amor e esperança Lutou muito para vencer Ficava as vezes sem comer Para alimentar as crianças O tempo foi-se passando Ninguém mais soube do paradeiro E aquela mulher de fibra Sentia falta do companheiro Querendo mudar de vida Resolveu ir para cidade Para ver se estudava os filhos Quem sabe até uma faculdade Quatro deles se formaram Com muita luta e sacrifício Eram duas professoras Um advogado e outro juiz Por uma fatalidade Uma doença a derrubou E aquela mulher de fibra Dava sua despedida e este mundo deixou Era um fim de semana Quando passava pela cidade Aquele jovem estudante Estava voltando da faculdade Encontrou um maltrapilho muito doente E estava com fome Ele pedia socorro Parou o moço pra aquele homem Foi contando sua história Para aquele universitário Moço eu não tenho família Não tenho nada sou um solitário Trabalhei que nem um louco Pra dar luxo a uma mulher Depois que tudo conseguiu Me abandonou, me despediu Hoje sou um homem qualquer O jovem comovido Pegou o homem levou pra casa Cuidou de suas feridas E a sua fome também matava O homem agradecido Pergunta ao jovem cadê seu pai? Quero parabeniza-lo Por ter criado um bom rapaz Com os olhos cheios de lágrimas A voz cortada o moço falou Meu senhor não tenho pai Foi minha mãe que nos criou Éramos ainda pequenos Quando meu pai nos deixou E foi embora Não sei onde ele está Sei que um dia vai voltar Pra terminar esta história Houve um silêncio profundo E o homem caiu em pranto Sua vida num segundo Naquele instante foi reprisando Lembrou da sua família Daquele dia em que a deixou Bateu um arrependimento Que o seu coração quase parou Ele viu que sua esposa formou os filhos E deu a fé Esta mulher tão guerreira É um grande exemplo pra quem quiser Caiu no chão de joelhos E foi pediu perdão a Deus Veja só como é o destino Eu já descobri menino que o seu pai sou eu