Deixe meu corpo no flanco caído Finja não ver o que de nós restou Faz que não viu e sorria, eu duvido Que não pergunte onde a gente falhou Essa batalha por hora perdida De desafios e lutas em vão Por um momento ela foi nossa vida Foi nosso sonho ou nossa ilusão Caminhe agora, a estrada lhe espera E ninguém sabe onde ela vai dar Na paralela eu sigo e quem dera Podermos juntos assim caminhar Olhe pra trás, veja nossas pegadas Já incrustadas no tempo e no pó Que o vento cobre com a areia da estrada E cada um segue triste e só Grito a mim mesmo: Sai dessa loucura Mas é a esmo, o que posso fazer Veja a platéia não vaia ou censura Boquiaberta sem nada a dizer Finda-se o ato, o palco escurece Do camarim ainda posso ouvir Pedindo bis como se nos coubesse Tão comovida a platéia aplaudir Não saia ainda, fique mais um pouco Embora muda: O silêncio me acalma E não se importe se estou sóbrio ou louco Que ainda resta a lucidez da alma