Geraldo Azevedo

Cantiga Do Boi Incantado

Geraldo Azevedo


Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, boi incantado e aruá 
É boi quem havera de pegá 
Na mia vida de vaquêro vagabundo 
Já nem dá conta dos pirigo qui infrentei 
Apois aqui das nação de gado qui ai no mundo 
Num tem um só boi qui num peguei 
É, É, É, É... boi incantado e aruá 
É boi quem haverá de pegá 
Eu vim de longe, bem pra lá daquela serra 
Qui fica adonde as vista num pode alcançar 
Ricumendado dos vaquêro de mía terra 
Pra nessas bandas eles nóis representar 
Alas qui viemo in dois eu e mais ventania 
O mais famado dos cavalo do lugá 
Meu sabaruno rei de largo e do grotão 
Vê se num isquece da promessa qui nóis feiz 
Naquela quadra de ferra laço e moirão 
Na luz da tarde os olhos dela e meu cantá 
A mais bunita de brumado ao pancadão 
Juremo a ela viu ti pegá aruá 
É, É, É, É...boi incantado e aruá 
É boi quem 
De indubrasil nerol'xuite guadimá 
Moura junquêro pintado nuve e alvação 
Junquêro giz peduro landrêis maiobá 
Pintado laranjo, rajado lubião 
Boi de gabarro banana môcho armado 
De curralêro ao levantado barbatão 
De todos boi que ai no mundo já peguei 
Afôra lá ele qui tem parte cum cão 
O tal boi bufa cum este nunca labutei 
E o incantado qui distinemo a pegá 

Pra nóis levá pras terra daquela donela 
Jurema a ela viu te levá boi aruá bis 
É É É É É É... boi incantado e aruá 
Ê boi quem haverá de pegá