O que há na vida pra ser esquecido Não lembrar do passado E fazer de conta que não é comigo Que as coisas acontecem? Pode ser que só amanhã vou saber Sem entender o que irá acontecer Não posso prometer cumprir meu dever Sem me arrepender pois sei que vou esquecer Eu sei que não vai adiantar querer mudar o pensar Só de falar sem desejar escutar E deixar pra lá sem se importar Com o meu real sentir e ouvir alguém sorrir aqui Partir feliz sem mentir, unir em vez de dividir Por que? O que posso fazer? Sonhar? E se eu não quiser mais acordar? A melancolia é vizinha da vaidade Desejar o que não se tem Ter o que não se pode Pobre rotina de um pobre Dar satisfação à sociedade Ter que ser quem não se é Óculos multicores Multiseguidores, sucesso no instagram? Sem escolha cometemos o pecado Vinte e quatro meses parcelado Nenhum motivo para estar errado O tuíte que não foi retuitado Tenho que levantar bem cedo Apesar do medo do escuro Eu procuro sem achar o que quero E me desespero com o que vem pelo futuro Por que? O que posso fazer? Sonhar? Pego a mala e chego na estação Trago comigo toda a razão Penso que, enfim, chegou minha hora E onde está você?