Gegê Sobral

Cara cara

Gegê Sobral


Cara, quando eu fico cara-cara com a realidade
Já sei porque fico de cara       2x

A minha sede é de nordeste
Meu orgulho é de um caiapó
Que foi pra Brasília falar com o presidente
Todo sorridente e limpo de coração
Pois se era dia de festa, então
Tomou pela testa, caiu pelo chão
Junto dele haviam outros irmãos
Sem convites, sem terra, sem pão com salários de merda
Migalhas aos porcos barrados no baile
E mais uma vez o preto apontou
E mais uma vez o índio chorou 

Cara quando eu fico cara a cara com a realidade
Já sei porque fico de cara