Muitos gaúchos sem causa, falam de doma e de pealo Se intitulam ginetes, mas mal conhecem cavalo Dão pau e riscam de espora como se fosse um regalo E até botam freio em potro bem antes de amanuncia-lo! Inventam mitos campeiros que ficam só no querer Maturrangos da crueldade, judiam pelo prazer Se perdem freios de ouro, sem a intenção de perder Por que domar é uma arte misto magia e saber Cavalo crioulo orgulho Nossa bandeira e brasão Legenda feita de crinas Alma de vento e tufão Quem não respeita um parceiro De lida e de diversão Por certo é um desalmado Que não merece este chão Que conquistamos peleando A casco de reomão Pois só um insano sem alma Pra maltratar um irmão Me irritam as patacoadas, de proeza e valentia De quem rasga potro na espora, do pescoço a até as viria Falsos campeiros urbanos, patrões da selvageria Mal sabem que sem cavalo, o gaúcho é uma utopia Onde a gaúcho há cavalo, onde há cavalo a gaúcho Um fez o pago com as patas, outro queimando cartucho Um é taura outro é monarca, sem trono coroa ou luxo Dois ancestrais do rio grande que aguentaram o repuxo