Nem bem clareou o dia já me encontro chimarreando De longe vou escutando o gado lá nas coxilhas Nessa simbiose em cantiga do ventre do arvoredo Que contam tantos segredos na sinfonia cativa O canto xucro que trago, nossa essência galponeira Timbrada na polvadeira em tantos clarins farrapos No pandeiro do mulato e na cordeona pachola Que vai falquejando as horas no balanço de oito baixos Eu sou do rio grande antigo Sou cuia de chimarrão Sou a própria tradição De um povo bravo, bendigo Por isso trago comigo Rio grande no coração Na cantoria nativa que entoa na amplidão O culto à tradição um baile sempre é sagrado Lenço branco ou Colorado, bota lisa ou sanfonada Se vai num upa peonada bailar no nosso rincão Gaudérios de toda parte, chinocas linda em quantia E as barras de um novo dia alumiando o xixo guapo E o gaiteiro mui vaqueano dá um grito: Vamo simbora! Pois já está quase na hora de guardar a gaita no saco