Um toque de gaita especial de bão Madrugada chegando final de bailão Na volta pro rancho lembrando a xirua Um resto de lua alumiando o rincão. Rumor de fandango gravado na mente A moça carente de amor e desejo Dos lábios carnudos da china de toca Eu trago na boca o sabor dos seus beijos. Cantiga de galo galope do moro Latir de cachorro cruzando o várzedo O vento abanando as franjas do pala Que eu tirei da mala pra tapa o xinedo. Eu chego na estância manhã de domingo Apeio do pingo penduro meu mango Ali na varanda eu ergo a guaiaca E curto a ressaca de mais um fandango. Por algumas horas esqueço da vida E volto prá lida na segunda feira Reponho a energia que está meia fraca No apojo da vaca ao pé da mangueira. No fim de sema ninguém me segura Me vou a procura de um baile campeiro Eu sou deste jeito tão cedo eu não mudo Um fandango é tudo prá este missioneiro.