Milonga Neste floreio de gaita peguei o mundo por conta E hoje meu verso é recado por Brasil de ponta a ponta Em qualquer galpão de estância que chego é meu palacete Amor é hospitalidade, costela gorda é banquete Por ser cidadão correto do povo tenho respeito Nas faculdades do mundo já sou formado em direito Cantor que nasceu do povo apo´s a morte viverá E em cada rincão do pampa seu canto renascerá Meu rastro até a chuva apaga, mas minha cantiga não Que é como tronco de aroeira num velho fogo de chão Gosto de ver meus amigos sorrir de felicidade Em cada versos que canto procuro deixar saudade A cavalo na verdade sou defensor da minha arte Amigos dos meus amigos, mas todo negócio à parte Sei que sou o que sou e cheguei onde estou agora É que o pingo da inteligência não me cutuca de espora Vim chorando pra esse mundo, me receberam cantando Eu quero partir sorrindo pra deixar alguém chorando.