Marcha Moro pra fora labuto barbaridade Mas quando vou pra cidade, me esqueço do batente Caio na vida, com as thengas eu me afino Sou que nem cusco tetania quando escapa da corrente. Estrambulega, diz que fui desde piazito No trabalho me acredito, mas por baile me derreto De vez em quando me entrevero no povoado E lá num luzeiro encarnado vou sacoaiar o esqueleto. Mulher bonita Não refugo, não senhor - Oigatê, coisa bonita Que é uma sumanta de amor. E uma lindura se agasalha nos meus braços E se embalo no compasso mais ou menos tipo rede - Num puxa e frouxa, se esfregando na gente Logo deixa este vivente subindo pelas paredes. Não é lorota, sinceramente não minto No meio delas me sinto um guri fazendo arte. É coisa linda o corpo daquelas prendas, Só com um fiapo de renda mal e mal cobrindo as parte. Depois da lida que eu mesmo sou meu patrão Na farra agüento o tirão e danço de ficar corcundo, Lá pelas tantas floreando faço um sinuelo Guardo as pilchas, grudo em pêlo do jeito que vim ao mundo. E se ainda tiver alguma pelêga Depois de dançar que chega prum quarto vou me enfurnando É o ritual mais primitivo que existe Se o corpo velho resiste amanheço praticando.