Puxa essa gaita, gaiteiro desgraçado! Velha chonga crioula De gloriosa tradição Piça criada em galpão De cabresto arrebentado Já tiveste o teu passado Hoje tens o teu presente Numa buceta bem quente Ou num cuzito apertado Caralho criado solto Na invernada da abertura Nunca encontrou fechadura E nem buraco apertado Com um guspir entraste folgado Pra descobrir a fundura Quantas vezes por desaforo Um cú te peidou na cara Mas quando se ergue não dispara É força da profissão Com calma, água e sabão Se despega o feijão Que no pescoço se agarra Caralho de lombo liso É como um jundiá fora d'água Que a china olha com mágoa E agarra com devoção É mais liso que sabão Cruza matos e espinhos No meio da escuridão Caralho do tempo antigo Com palmo e meio de lombo Entra e sai fazendo rombo Nas ramadas de pentelhos Grosso, bem quente e feio De cabeça retovada De tanto levar pancada Metido em buraco alheio