Alta noite, O silêncio parou para ouvir o chorinho, Que os crioulos tocavam, Falando com a lua e as estrelas, Ao som do violão, da flauta e cavaquinho, Horas inteiras, aquele chorinho, Acorda a rua adormecida. E os três, Vão por esse mundão que se chama saudade, E conduzem três almas demais brasileiras, Serenatando, Enquanto alguém que ama, Abre a janela e espia, Sob o luar, que é mesmo que um dia, Embranquecendo a amplidão. A crioula, De camisa rendada e cabelo trançado, Curiosa vem ver o chorinho que passa, Amando a lua, Os dedos amorosos, nas cordas soluçantes, Contam histórias, consagram amantes, Levando em sons o coração.