Somos todos peregrinos No eira boi da existência Cada qual tem seu caminho Pra carretear experiências Não se evita o fim do trecho Vai-se o homem, fica a essência Viaja melhor com certeza Quem deixa paz e franqueza Semeados pela querência Julgava estar preparado Pros tironaços da vida Enfrenei taulas e maulas Coragem sempre medida Ruim é marcar ausências Mesmo aquelas pressentidas Pior quando a mão do destino Leva o talento menino Escrafunchando feridas É complicado Patrício Quem souber talvez me entenda Ninguém fica pra semente Saudade não se remenda A natureza é perfeita Ciumenta igual a uma prenda Se deu vida e serventia Porque nos roubar a cria Que sai melhor que a encomenda Sempre que ouvir cordeona Tirar ressongos de taita Num vaneirão bem cuido Lembrarei mágicos dedos Que ao vento empresta segredos E compassos macanudos Flor colhida antes do tempo Que prosperou do relento Homem, guri meu amigo Rodrigo, a vida impôs o mundéu Mas os garotos do céu Hão de campeirar contigo