No meu tempo de menino Na hora da refeição Só por causa de mistura Brigava com meus irmão Minha mãe sempre dizia Pra nos dar a educação Um filho que não se casa Se viver longe de casa Sofre mais do que um cão Fiquei moço e certo dia Não que eu quis ser o tal Uma coisa me dizia Arrisque a passar mal Embrulhei tudo que tinha Numa folha de jornal E com tudo que era meu Mais a fé que Deus me deu Me aprumei pra capital Dois anos de amargura Quatro de desilusão Onde quer que eu olhasse Via a mamãe e os irmão Nosso cachorrinho gordo Roncando ao pé do portão E eu magro morto de fome Dormia só com meu nome E a poder de oração Minha última esperança Eu vi brilhar num tição Por Deus caí no agrado Da crioula da pensão Na canja peito de frango E por baixo do feijão Um bifão acebolado Outro por cima regado Com o tal azeite do bão Hoje estou bem de vida Mas sinto no coração Saudades daquelas brigas Com mamãe e meus irmão Mas a saudade é dobrada Com amor e gratidão Do bife com cebola Daquela santa crioula Que Deus pôs lá na pensão