Voltarei pra minha terra A saudade me domina Beleza das capitais Com meu gosto não combina Não gosto de ver o céu Coberto pela neblina Quero ver a luz do Sol Que já nasce cristalina Quero ver as cachoeiras E as águas brotar nas minas Minhas noites sertanejas Somente a Lua ilumina Quero rancho de sapé Não quero casa grã-fina Bebo pinga nos botecos Também bebo nas cantinas Quero dançar meu catira E fazer minha rotina No tinido da viola No rangido da botina Quero ver a cachorrada E um toque de buzina Quando berra uma pintada Eu estouro a carabina Barulho dos automóveis É o que mais me desatina Gosto muito de ouvir Um berrante em surdina Gosto de ouvir o mugido Das minhas vacas turina O meu carro é de boi Que canta e não desafina Meu chapéu e minha capa Me serve como cabina Prefiro o cheiro do gado Do que o da gasolina Meu sobrado é um ranchinho Bem no alto da colina Os ramos verdes das matas São minhas lindas cortinas O meu colchão é de palha Travesseiro é de crina A minha televisão É a beleza das campinas Meu piano é minha viola Ponteada nas cordas finas Meu twist é um pagode Bem dançado com as meninas