A consciência negra A bela arte negra A ciência negra A ascensão dos negros É história, é memória praticada No Mocambo ou refúgio, o sofrimento a superar Escravos livres, libertos, esquecimento Ocultamento, o silêncio no Amazonas a esvaziar Toda visão do desencanto n'alma negra Foi a rebeldia à autonomia de um lar A resistência é uma luta permanente Por espaço mais decente no direito a se igualar A consciência negra A bela arte negra A ciência negra A ascensão dos negros A liberdade é um valor da identidade A qualidade dessa raça, a negritude de viver Expresso canto e suas danças no batuque Da marimba, da viola e do xequerê Derruba mastro colorido na festança Reza a São Benedito a interceder nesse viver Dança o lundu, o carimbó ralentado Pitiú do Ver-o-Peso faz Dona Onete se inspirar A consciência negra A bela arte negra A ciência negra A ascensão dos negros Ainda assim o preconceito reproduz tanto defeito Até aonde a tolerância não há Afirmação da identidade é o caminho que exalta os negros do meu boi-bumbá O hip-hop, a capoeira, o berimbau na cachoeira São andanças desse povo no alegrar O meu destino é o bem de um menino Sou filho de Catirina o qual nunca se ouviu falar A expressão maior não se contém naquela carta de alforria e o respeito limitar O negro é conceito escrito e irrestrito Na pele, nos olhos e na alma brasileira A consciência negra A resistência negra!