No leito do rio, viajo remando A luz da poronga no meu Amazonas Eu sou perreché, caboclo de fé Pescando o sustento na igarité No murmúrio da noite é preciso se benzer Nesse beiradão tem visagem E bicho encantado no perau do rio Meu paneiro milagreiro nunca foi panema Traz peixe, pupunha, castanha, mari-mari, tucumã Marrecas e garças sobrevoam as paisagens É tempo de piracuí e tamuatá no tucupí Deixe o milagre da vida eclodir Dos ovos nas praias dos rios Pés-de-pincha, pés-de-pincha Quando as águas beijam a ponte É tempo de passar o gado Passar o gado, passar o gado Meu paneiro milagreiro nunca foi panema Meu paneiro nunca foi panema Sou caboclo ribeirinho Meu sustento é garantido Respeitando a natureza eu enfrento a correnteza Sou caboclo ribeirinho Meu sustento é garantido Respeitando a natureza eu enfrento a correnteza