Certas noites têm feitiço! Nelas, eu não me arrisco A divagar impunemente Não é que eu fique triste Nestas noites fico estranho Fico estranho nessas noites Como gato que arranha Aquilo que só pressente Nada há de anormal que faça o meu coração Pulsar de modo arisco, uma batida tão desigual Mas na parede da varanda há uma luminária O calango se atrapalha: Dá o bote e vem ao chão! As formigas cortadeiras Vão e vem como cordão Mas quando me aproximo Elas mudam de direção! Se tudo isto não bastasse O rádio está a tocar Uma melodia doce Olhos que não tem face!