Poucos dias lá em casa Teve uma briga sem graça Por causa de pouca coisa Chegou levantar fumaça A mulher me encantoou Por causa de minhas cachaça Foi lavando a minha cara Quase acabou com a minha raça Você vive de capricho Só na birra e na pirraça Eu sou de poucos recurso Quarqué coisa me embaraça Eu saí lá pro terreiro Sobre a barra da calça Pus o chapéu na cabeça E pus a cara na margaça Passei o dia na moita Misturado com as abeia Eu me vi atropelado E agarrado nas oreia Com foi escurecendo Mais ou meno as seis e meia Eu entrei pra porta a dentro Com a cara muito feia A mulher veio me xingando Este causo tem areia O porco sai do chiqueiro Em quarqué parte lameia Você vive só pras Aberando casa alheia Se eu descobrir suas maçada Do couro eu tiro as correia Ô mulher, tem paciência Que tanto lhe atropela Eu não sou chave de porta E nem arco de panela A mulher ficou calada Deu um rapadinho na goela Ela entrou lá pro quarto Passou a mão na chinela Eu me vi encantoado Agarrado nas unhas dela Eu saí lá pro terreiro Confiado nas canela Fui dá outra carreirinha Quase quebrei minhas costela Eu vortei pra trás sem graça E fui pedi perdão pra ela Ô mulher, tem paciência Deixa de me atropelar Eu nasci pra cantar moda Não nasci pra trabalhar Cara dura relaxada Não conhece o seu lugar Vamos ver se você vive Só a custa de cantar Você tá me relaxando Agora eu vou confirmar Que a árve que nasce torta Não vai mesmo endireitar Quando eu for na pagodeira Bem longe do meu lugar Se eu arranjar uma beiradinha Faço meu disco virar