Chinelo de dedo, bermuda rasgada, Blusão e boné Cheguei no boteco Pra ver se o pagode já estava de pé Falei com os amigos Fui logo saudado pela mulherada Pedi pro maneco Trazer mais um copo e cerveja gelada Quando de repente um monte de gente Com traje diferente entrava no bar Me fotografaram, me entrevistaram Dizendo: sua vida vai ter que mudar! Eu muito confuso, com copo na mão Já ia gritando, dizendo que não Rezei pro meu santo e pedi proteção Falei pro cumpadi: "cadê o camburão?" Foi quando uma voz lá no fundo gritou: Já está escolhido e não tem pra ninguém Assina o contrato! Vai ser um barato o galã de Xerém Sapato alemão, Charuto cubano, Perfume francês, relógio suíço, Terno italiano, uísque escocês Rodei a Europa pra lá e pra cá E os paparazzi a me fotografar Foi quando o maneco ligou do boteco E me perguntou quando eu ia voltar Foi então que eu me cansei Ser estrela não dá Eu não sou pop star Calcei o chinelo E peguei o primeiro Paris/ Irajá