Quando eu passo numa estrada empoeirada Ainda restam algumas no sertão Me vem à mente uma era já passada Eu vejo as marcas de um carro no estradão Ouço um carreiro resmungando com os bois Logo a seguir cantarolando uma canção E o dueto apaixonado dos cocões Vão invadindo meu saudoso coração Vai meu carro, vai Saudosos tempos que não voltam nunca mais Vai, vai, vai boi Choro a saudade de um tempo que se foi Que bom seria retroceder no tempo E ver um carro carregado de algodão É verdade, havia muitos contratempos Mas existia paz, amor e compreensão Se para muitos o progresso foi um bem Para outros é a raia da ambição O que eu vejo é meu sertão abandonado E o velho carro apodrecendo num ranchão Vai meu carro, vai Saudosos tempos que não voltam nunca mais Vai, vai, vai boi Choro a saudade de um tempo que se foi Vai meu carro, vai