Gal Costa

Um Dueto

Gal Costa


Essa ave, madrugada, apaixonada, ah
Voa, voa, e sem parar
Entra doida na janela, amada
No espelho desespero
Eu sonho teu sonhar
Quase tua, toda nua
Meu luar, luar
Sereno teu cabelo
Belo, belo, meu amor
O cheiro estrangeiro 
Da paixão é quase dor
Que dor tão verdadeira
Que me faz quase afogar
Seu beijo, meu desejo
Que jamais vão nos salvar
Pára madrugada
Vê se atrasa esse amanhã
Vem me tomar, abraçar
Brilha sobre nós, estrela Dalva
Arde labareda 
Eternamente a me queimar, queimar
Pára, madrugada
Vê se atrasa esse amanhã
No brilho dos teus olhos
Já começa a clarear
O ardor dessa paixão
Que nunca mais vai nos salvar
Igual a esta luz
Verão, luar, constelação
Estrela Dalva arde em paz
Clareia coração
Pára, madrugada
Vê se atrasa esse amanhã
Vem me tomar, abraçar
Ave louca a sonhar
Me tomar, abraçar
Ave louca a sonhar.