Assombrado por teus olhos que falam de mim Escuto um passo imaginário: Será que estão aqui? Procuro esconderijos Penso em rotas pra fugir Sussurrando seus impulsos Pra me enlouquecer Mais um gole amargo E agora eu sinto o gosto Dos cacos do gargalo O teu olhar perfura Mostra o que eu não quero ver Arranca em mim o medo de não ser Sigo nesse cubo estreito de ilusões sem fim Saciado por mais doses de outro sonho vazio Me acovardo, mas teus olhos jogam luzes sobre mim Expõem as cicatrizes que escondi E a dor do parto Se mistura ao raro prazer De poder emergir O teu olhar perfura Mostra o que eu não quero ver Arranca em mim o medo de não ser Mais um passo E agora eu me deparo Com a queda do sagrado O teu olhar perfura Mostra o que eu não quero ver Arranca em mim o medo de não poder ser E transbordar E existir Como esse olhar No espelho