O meu povo acorda cedo E vai logo pro trabalho Nem pode esperar o Sol Soltar os primeiros raios Toma um cafezinho preto Que ele mesmo que colheu Mas o café que é bom mesmo Pro estrangeiro já vendeu Porco, cavalo e boi Vaca, galinha e galo Feijão, soja, trigo e milho Macaxeira, arroz e alho Tudo isso e muito mais Produzido no país Passa na mão desse povo Brasileiros de raiz Roça a terra do patrão O pobre do proletário Enche o peito de agrotóxico Em troca de um salário Almoça sua boia fria Sentado no tronco forte De uma árvore solitária Única que teve sorte Trabalha até de noite Chega em casa arrebentado Ainda vai tratar dos filhos Com amor e com cuidado Antes de deitar na cama Com a mulher que ele gosta Ainda toma uma cachaça E vai tocar sua viola