Eu poderia ter sido o poeta O cantor que há de vir Anunciar o fim do pranto Mas pranto sempre há de existir Eu poderia ter sido louco Esfregado em seu nariz As verdades mentirosas As mentiras que se diz Só para acalentar O teu peito manso de ilusão De dia te exigem ao osso De tarde eles fecham negócio A noite a gente descansa E bebe pra fugir do ódio De ter que aguentar pelas pontas Mais fracas de uma multidão Que vê no tempo um aliado Que cura qualquer coração E deixa espaço pra luz Entrar com a razão