Acorda quando a tua luz some A escuridão é o momento em que a criação chega à apoteose É uma estrela Que cai do céu e surge veloz Um clarão gigante brilha nos teus olhos explode Abri o poço onde a maldade esconde Onde a ignorância é um camaleão cúmplice no rapto do Sol Sem coroa nem fé, o escrivão da destruição Nasci dotado com o poder da voz de trovão Quinto anjo acredito que outros tantos virão A sobrevoar o campo dos que nunca se salvarão De taça na mão odeio escorpiões com veneno Que te encantam quando dançam a esconder o ferrão Escrituras são dádivas, eu espalho-as como pragas Não sentes o que eu escrevo se tens medo de chagas Eu 'tou no quinto grau! Consigo ver o santo gral Eu cuspo sangue Não bebo mais do vosso mal O quinto anjo, fusão Monstro megacéfalo com fome de som Poeta encapuçado vocábulo envenenado Uma alucinação visual e acústica do diabo Procura-me no bosque Onde o tempo morre O bosque tem um rio onde passa quem é forte Onde a sabedoria é o nevoeiro que te cobre Segue a tua intuição Guia-te pelas vozes Procura-me no som dos tambores que percorres Ouve, mas não fales, sente, mas não toques Encontra-me a tocar a trombeta da morte Observa o antropófago não grites e não chores Século xxi, abri o portal do horrorcore Informação ao núcleo há quem o saiba de cor Há quem o guarde como um manual de bruxaria Protegido contra os ignorantes que não vêm magia Quando escrevi o psicofonia no sintoniza Abri a porta do mundo dos mortos à poesia Inspector mórbido sou uma arma de oração Há quem me veja como mestre há quem me chame fusão