Meu medo de olhar no espelho E encarar o homem que sempre escondi Meu passado negado insiste ressurgir Um rosto esquecido e ocultado Num disfarce que muito cedo escolhi Escondendo de mim mesmo o meu coração Vivo em fuga e negação Escondendo meu viver condenatório Fiz meu bunker na solidão Condenei-me à escuridão, meu purgatório Meu rastro imperfeito me acusa Meus passos suspeitos trarão a mim O terrível carrasco que tento sepultar Minha máscara em metal fundida Não resiste à saudade e à corrosão Então meu rosto começa a escapar Entro no meu quarto e pressinto No canto dos olhos alguém me vê Será meu passado vindo me condenar? Talvez isso não seja um castigo Seja enfim minha absolvição Será meu passado vindo me libertar?